Cremos

Convenção Baptista Portuguesa (1975 e 2015)

CONFISSÃO DE FÉ BAPTISTA

I – AS ESCRITURAS SAGRADAS
A Bíblia Sagrada, nossa única e toda suficiente regra de fé e prática, foi escrita por homens divinamente inspirados e é o registo da revelação pessoal de Deus. É um tesouro perfeito de instrução divina. Tem Deus como autor, a salvação do homem como fim e a verdade, sem mescla de erro, como conteúdo. Revela o plano de Deus para a nossa salvação e os princípios pelos quais Deus nos há-de julgar. É a autoridade absoluta e o padrão supremo pelo qual toda a conduta humana, as opiniões religiosas e os próprios credos devem ser testados. É também, como revelação de Jesus Cristo, o centro da verdadeira unidade cristã.
II Tm 3:16-17; II Pd 1:21: II Sm 23:2; At 1:16; Pv 30:5-6; Jo 17:17; Rm 3:4; Ap 22:18-19; I Co 4:3-4; Lc 19:19,16; 12:47-48

II – DEUS
Há somente um Deus vivo e verdadeiro; Ser pessoal, infinito, inteligente e espiritual: o Criador, Redentor, Sustentador e Legislador do universo, digno do mais puro amor, reverência, adoração e obediência. O eterno Deus revela-se a nós como Pai, Filho e Espírito Santo, com atributos pessoais distintos, mas sem divisão da natureza, ser ou essência.
1. Deus o Pai
Deus como Pai, reina com cuidado providencial sobre o seu universo, as suas criaturas e o curso da história humana, segundo os propósitos da sua graça. Ele é todo-poderoso, perfeito em amor e em sabedoria. É verdadeiramente Pai para todos os que aceitam Jesus Cristo, seu Filho, como Salvador pessoal.
2. Deus o Filho
Jesus Cristo é o eterno Filho de Deus. Na sua encarnação, Ele foi concebido do Espírito Santo e nascido da virgem Maria. Revelou e consumou de forma perfeita a vontade de Deus, tomando sobre si mesmo as exigências e as necessidades da natureza humana e identificando-se completamente com a humanidade que veio remir, embora sem pecado. Honrou a lei divina pela sua obediência pessoal e na sua morte sobre a cruz providenciou para o homem a expiação dos seus pecados. Ressuscitou com um corpo glorificado e apareceu aos seus discípulos de forma visível, audível e palpável. Ascendeu ao Céu e é agora exaltado à mão direita de Deus, como o único mediador, participante da natureza de Deus e do homem, em cuja pessoa se efectua a reconciliação com o Pai. Virá segunda vez em poder e glória para julgar o mundo e consumar a sua missão redentora. Jesus Cristo habita agora em todos os crentes, na qualidade de Senhor vivo e eternamente presente.
3. Deus o Espírito Santo
O Espírito Santo é o Espírito de Deus. Foi Ele quem inspirou os homens santos de outrora a escrever as Escrituras. Habilita hoje o homem a compreender a verdade através da sua iluminação. Exalta Cristo como Senhor. Convence do pecado da justiça e do juízo. Convida os homens ao Salvador e efectua a regeneração. Cultiva o carácter cristão, conforta os crentes, habita neles e lhes confere dons espirituais através dos quais servem a Deus na sua igreja. Ilumina os crentes e os reveste de poder para a adoração e o serviço da evangelização.
Jo 4:24; 15:28; Sl 93:18; Hb 3:4; Rm 1:20; Jr 10:19; Êx 15:11; Is 6:3; I Pd 1:15-16; Ap 4:11; Mc 12:30; Mt 10:37; 28:19-20

III – O HOMEM
O homem foi criado por Deus à sua imagem, como coroa da sua criação. Era no princípio inocente e sem pecado, sendo dotado de liberdade de escolha. No uso da sua liberdade o homem pecou contra Deus e por transgressão voluntária caiu do seu primitivo estado de santidade, trazendo o pecado sobre toda a raça. A sua posteridade herdou consequentemente uma natureza pecaminosa, de sorte que todos se tornaram transgressores, estando debaixo de condenação. Só a graça de Deus pode restaurar o homem à sua santa comunhão e habilitá-lo a cumprir o propósito do seu Criador. A dignidade da pessoa humana é revelada no facto de Deus haver criado o homem à sua própria imagem e no facto de este ser objecto do seu infinito amor, a ponto de Cristo morrer para o salvar, apesar de pecador perdido e sem esperança.
Gn 1:27,31; 2:16; Ec 7:29; At 17:26; Rm 5:12,15-19; Jo 3:6; Sl 51:5; Ef 2:3; Ez 18:19-20; Gl 3:22

IV – A SALVAÇÃO
A salvação envolve a redenção do homem total. É oferecida espontânea e gratuitamente a todos os que aceitam Jesus Cristo como Senhor e Salvador pessoal, o qual por decreto do Pai tomou voluntariamente a forma humana, fazendo por sua morte a expiação completa dos nossos pecados. Num sentido mais amplo, a salvação inclui regeneração, santificação e glorificação. Regeneração, ou novo nascimento, é a operação da graça de Deus pela qual os crentes se tornam criaturas em Cristo. É uma mudança de coração produzida pelo Espírito Santo através da convicção do pecado, à qual o pecador responde em arrependimento para com Deus e fé no Senhor Jesus. O arrependimento e a fé são experiências inseparáveis da graça divina, que dão à vida uma nova direcção. A justificação introduz-nos a um estado de paz e de favor que nos asseguram todas as bênçãos necessárias, nesta vida e no além. A justiça perfeita de Cristo é- nos imputada gratuitamente por Deus. Santificação é um processo espiritual que começa na regeneração e visa a perfeição do crente, através da presença e do poder do Espírito Santo que nele habita. Glorificação é a plenitude da salvação e o bendito estado final dos remidos.
Ef 2:5; I Jo 4:10; I Co 3:5-7; Jo 3:16; Is 53:4-5; Hb 7:25; Cl 2:9; Ef 3:8; Rm 5:1-2,9; 3:24-26; Ap 22:17; At 17:30; Mc 1:15-17; Jo 3:19; 5:40; Jo 3:3, 6-7; Ap 7:13-14; Ez 36:26; I Pd 1:22; I Jo 5:1, 4,18; Ef 2:8; Rm 10:9-11; Hb 4:14; I Ts 4:3; 5:23; Ef 1:4; 4:11-12; 6:18; Fl 2:12-13; I Pd 2:2

V – O PROPÓSITO DA GRAÇA DIVINA
A eleição é o propósito da graça de Deus segundo o qual Ele regenera, santifica e glorifica o pecador arrependido e crente. É perfeitamente coerente com a livre escolha do homem, sendo a manifestação por excelência da soberana bondade de Deus, infinitamente livre, sábia, santa e imutável. Todos os verdadeiros crentes estão seguros nas mãos de Deus. Aqueles que Deus aceitou em Cristo e santificou pelo seu Espírito, jamais cairão do seu estado de graça, sendo conservados até ao fim.
II Tm 1:8-9; 2:10; II Ts 2:13-14; I Co 1:26-31; 4:7; Rm 3:27; 8-28,30; I Ts 1:4; II Pd 1:10-11; Fl 3:12; Hb 6:11; Rm 8:28; Mt 6:30-33; Fl 1:6; 2:12

VI – A IGREJA
Uma Igreja de Cristo é, segundo o Novo Testamento, um corpo local de crentes baptizados, identificados uns com os outros pela confissão da mesma fé e unidos por um mesmo pacto na comunhão do Evangelho. É uma congregação de crentes baptizados regida pelas leis de Cristo, que observa as suas ordenanças, pratica os seus ensinos e exerce os dons, direitos e privilégios de que foi investida pela Palavra divina, com o fim de espalhar o Evangelho até aos confins da Terra. É uma comunidade autónoma de governo democrático sob a soberania de Jesus Cristo. Os seus oficiais são, de acordo com o Novo Testamento, os pastores e diáconos. Todos os seus membros têm iguais direitos, privilégios e responsabilidades. A igreja num sentido geral é, segundo o Novo Testamento, o corpo de Cristo, incluindo todos os remidos de todos os tempos.
At 2:41-42; 13:23; 15:22; I Co 14:12; II Co 8:5; Fl 1:1; I Tm 3:1

VII – O BAPTISMO E A CEIA DO SENHOR
O baptismo cristão é a imersão do crente em água, no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. É um acto de obediência que simboliza a sua fé no Salvador crucificado, sepultado e ressuscitado. Representa ainda que o convertido morreu para o pecado, tendo-se verificado o sepultamento da sua velha natureza e a sua ressurreição para uma nova vida em Cristo. Este acto simbólico de testemunho deve preceder a entrada do crente na comunhão da igreja, pois, como ordenança do Senhor, o constitui participante de todos os privilégios de membro e lhe dá acesso à ceia do Senhor. A ceia do Senhor é igualmente um acto de obediência pelo qual os membros da Igreja participam do pão e do vinho, comemorando juntos a morte de Jesus Cristo e apontando para a sua segunda vinda. Esta ordenança da igreja local representa também a nossa comunhão espiritual com Ele, a nossa participação na sua morte e o testemunho vivo da nossa esperança.
At 2:41-42; 8:36-39; Mt 3:5-6; 28:19; Gl 3:27-28; Rm 6:4; Cl 2:12; Lc 22:19-20; Mc 14:20-26; Mt 26:27-30; I Co 11:27-30; Jo 6:35

VIII – O DIA DO SENHOR
O Domingo, Dia do Senhor e o primeiro da semana, é o dia em que o crente comemora a ressurreição de Cristo, descansando das suas actividades seculares. Deve ser consagrado ao exercício do culto, do testemunho e de outras formas de serviço espiritual, tanto público como privado.
Mt 28:1; Mc 16:2; Lc 24:1; Jo 20:1; 19; At 20:7; I Co 16:2; Ap 1:10

IX – O REINO DE DEUS
O reino de Deus inclui a sua soberania geral sobre o universo e sobre todos os homens que espontânea e voluntariamente O reconhecem como Rei e Senhor. Todos os crentes devem orar e esforçar-se para que o reino de Deus venha em plenitude e a sua vontade seja feita sobre a Terra. A consumação plena do seu reino aguarda a segunda vinda de Jesus Cristo e o fim da era presente.
Mt 3:2; 5:3-6; 6:9-10; 6:33; 18:1-3; 28:19; Mc 1:14-15; 4:27; Ap 5:1; Rm 14:17

X – OS ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS
Deus, no devido tempo e a seu modo, conduzirá todas as coisas neste mundo ao seu adequado termo. Jesus Cristo voltará pessoal e visivelmente em glória, de acordo com a sua promessa. Os mortos ressuscitarão e Cristo julgará todos os homens com rectidão. Aqueles que persistirem na incredulidade e na impenitência receberão no inferno a sua eterna punição. Os salvos fruirão a bem-aventurança eterna em seu corpo ressuscitado e glorificado, e habitarão eternamente no Céu com o Senhor.
Mt 25:31-46; Lc 18:8; 23:42-43; At 1:7-11; Jo 3:36; 12:25-26; Sl 10:4; I Pd 4:7; I Co 6:9-10; 15:50-58; Hb 1:10-12; Mt 13:37-43; Lc 14:14; Dn 2:2; Ap 22:11; I Ts 4:16-17; II Ts 1:6-12; Rm. 2:2-16; I Jo 4:17; Ap 20

XI – EVANGELIZAÇÃO E MISSÕES
É dever e privilégio de todas as igrejas e de cada crente em particular, esforçarem-se por fazer discípulos em todas as nações. O novo nascimento do espírito do homem pelo Espírito de Deus, faz nascer nele também o amor pelos outros. O esforço missionário é repetida e expressamente ordenado nos ensinos de Jesus, assentando numa necessidade espiritual da vida regenerada. É, pois, dever de todo o filho de Deus procurar ganhar almas para o Salvador, através do testemunho pessoal e do uso de todos os meios consentâneos com o Evangelho de Cristo.
Mt 28:19-20; Mc 16:15; Lc 9:1-6; 10:1; 24:46-48; Jo 14; 16; 17:11-20; At 1:8; 4:33; 14:21-27; I Ts 1:6-9; II Tm 2:1-13

XII – MORDOMIA
Deus é a fonte de todas as bênçãos temporais e espirituais. A Ele devemos tudo o que somos e tudo o que possuímos: Temos, por conseguinte, uma dívida espiritual para com o mundo, pois somos feitos depositários do Evangelho e despenseiros da graça de Deus. É nossa obrigação servi-lo com o nosso tempo. Os nossos talentos, o nosso amor e os nossos bens materiais, devendo reconhecer que todos estes dons nos foram confiados com o fim de os usarmos para a glória de Deus e ao serviço do nosso próximo. Ensinam as Escrituras que o crente deve contribuir para a Igreja, alegremente e com regularidade, tomando como base o dízimo dos seus rendimentos e cultivando a liberalidade na prática de uma mordomia integral, com o alvo de promover o avanço da causa do Redentor sobre a Terra.
Gn 14:20; Hb 7:1; Gn 28:20-22; Ml 3:7-10; I Co 16:1-2; II Co 8—9

XIII – COOPERAÇÃO
Reconhecendo que a cooperação é um princípio claramente expresso nas Escrituras, o povo de Cristo deve assegurá-la da melhor maneira possível, tendo em vista a concretização dos grandes objectivos do Reino de Deus. As organizações de cooperação, embora não tenham autoridade sobre as igrejas nelas associadas, são formadas para despertar, unir e coordenar as actividades que em conjunto, voluntariamente, se propõem empreender. As igrejas devem cooperar umas com as outras no avanço da obra missionária, educacional e beneficente. Unidade cristã, no sentido do Novo Testamento, é harmonia espiritual e cooperação voluntária para os mesmos fins comuns.
Fl 1:5; I Co 3:9, 8:23; 11:28; Cl 4:11; I Ts 3:2; III Jo 8:1; I Ts 1:7-10; Rm 1:14-15; 25-27

XIV – O CRENTE E A ORDEM SOCIAL
Todo o crente aceita, por imperativo de consciência cristã, a supremacia de Cristo na sua vida e na sociedade humana. Os princípios e métodos usados para a promoção da sociedade e o estabelecimento da justiça entre os homens só podem ser verdadeira e permanentemente proveitosos, quando fundados na regeneração pela graça salvífica de Deus em Jesus Cristo. O crente deve esforçar-se por promover por todos os meios ao seu alcance os princípios da justiça social, a verdade e o amor fraternal. Deve para isso estar pronto a cooperar com todos os homens de boa vontade em todas as causas justas, cuidando sempre de agir no espírito de amor, sem comprometer a ética cristã, procurando ser inteiramente leal a Cristo e à sua Palavra.
Lv 19:18; Mq 6:8; Is 1:16-18; Mt 19:19; 22:39; Mc 12:31; Rm 12:13-21; 13:8-12; Gl 5:14; Tg 2:8; Sl 11:7; 33:5; 45:7; Mt 5:6, 10; 5:39-48; Jo 13:25

XV – PAZ E GUERRA
É dever de todo o cristão promover a paz entre todos os homens dentro dos princípios da justiça. Em harmonia com o espírito e os ensinos de Cristo, o crente deve fazer tudo o que estiver ao seu alcance, para evitar ou pôr fim à guerra, ciente de que a verdadeira solução para os conflitos entre os homens se encontra no Evangelho. A necessidade suprema do mundo é a aceitação dos ensinos de Cristo em todos os sectores da vida dos homens e das nações e a aplicação prática da sua lei de amor.
Is 2:2-4; 9:6-7; Mt 5:9; Lc 1:79; 2:14, 29; 10:5; At 10:36; Rm 5:1; Cl 1:20; Ef 4:3; Hb 12:14; Rm 12:18; 14:19; I Co 14:33

XVI – LIBERDADE RELIGIOSA
Deus é o único Senhor da consciência. Sendo o governo civil uma instituição estabelecida para promover os interesses e o bem-estar da sociedade humana, é nosso dever orar pelas autoridades constituídas e prestar-lhes obediência em todas as coisas que não sejam contrárias à vontade revelada de Deus. Deve haver inteira separação entre a igreja e o estado, devendo este assegurar a cada igreja protecção e inteira liberdade para o exercício da sua missão espiritual. Nenhum grupo eclesial ou denominação deve ser favorecido pelo estado, nem a igreja deve depender do poder civil para realizar a sua obra. Uma igreja livre num estado livre, é o ideal cristão, e isso implica a garantia do livre acesso a Deus por parte de todos os homens e o direito a terem e difundirem as suas crenças religiosas, sem qualquer interferência por parte do poder civil.
Rm 13:1-7; 14:9-12; Mt 10:28; 22:21; 23:10; Tt 3:1; I Pd 2:13; I Tm 2:1-8; At 4:18-20; 5:29; Ap 19:16; Sl 2; 72

NOTA: Esta Declaração de Fé foi aprovada pela 41ª Assembleia Geral da Convenção Baptista Portuguesa, em Setembro de 1975.

PARTE II
TEMAS DE ÉTICA
1. A FAMÍLIA
1.1. Casamento
O casamento é a base fundamental da família; é o vínculo voluntário e legalmente assumido entre um homem e uma mulher que se amam, constituindo uma união espiritual, psíquica e física. Esta unidade é monogâmica, heterossexual e indissolúvel, segundo o plano de Deus, expresso na Sua Palavra. No pleno gozo de igualdade de valor e dignidade pessoal, cada um dos cônjuges desenvolve todo o seu potencial humano dentro da especificidade de funções de cada um: o homem como líder e a mulher como coadjutora. Gn 1:27-28; 2:24; 2:18; Ef 5:22-33; I Co 13
1.2. Divórcio
A Escritura repudia o divórcio; não o recomenda como solução, recomenda a reconciliação e o perdão entre os cônjuges. Admite-o apenas em condições de excepcionalidade. Ml 2:16; Mt 19:8-9; Mt 19:9; I Co 7:10-16
1.3. Novo Casamento
Como o divórcio, também um outro casamento não está no plano de Deus para a família. São situações de grande excepcionalidade, conforme deliberação consciente e responsável dos principais decisores. Um novo casamento é aceitável no caso do falecimento de um dos cônjuges, contanto que seja no Senhor e admissível no caso da vítima de adultério. I Co 7:36-39; Rm 7:1-3; Mc 10:11-12; Mt 19:9; Lc 16:18
1.4. Casamento de crentes com não crentes
A união conjugal entre crentes e não crentes não tem aprovação divina. Nos casos de união conjugal anterior à conversão de um dos cônjuges em que o marido ou a mulher consentem em coabitar, o crente não deve separar-se do seu cônjuge, pois até pode acontecer o milagre da sua salvação. Se o não crente, por questões religiosas, se quiser separar do seu cônjuge, o crente poderá aceitar o divórcio. Dt 7:3-4; Ne 13:23-27; II Co 6:14; I Co 7:12-16
1.5. Relações Sexuais Extramatrimoniais
O Deus Criador é Deus de ordem e de decência. Para tudo, Deus tem determinado o tempo certo e a sua função. Só quando o homem e a mulher atingirem a capacidade de emancipação dos pais é que se deve concretizar o casamento, iniciando a sua relação sexual responsável e em condições de procriar e educar. A Bíblia reputa como pecado as relações extraconjugais (adultério) e pré-matrimoniais (fornicação). Gn 1:28; Pv 1:8; 4:1; 13:1; At 15:20; I Co 5:1; Gl 5:19; Ef 5:3; Jd 7; Hb 13:4
1.6. Sexo e Sexualidade
Deus criou o homem, concedendo-lhe a prerrogativa de fecundidade, fertilidade e natalidade, permitindo-lhe a multiplicação da espécie humana, povoando e dominando a Terra. Deus não condena o ato sexual em si, mas a prática sexual desgovernada, sem limites e sem princípios divinos. Deus não deixa a sexualidade ao critério de cada um, até mesmo aos casados lhes adverte e aconselha para que nenhum dos cônjuges negue o sexo, antes procedam com consentimento mútuo. A atração física, emocional e o verdadeiro amor no casamento são condições indispensáveis para uma sexualidade abençoada. Todas as práticas sexuais desviadas dos padrões das Escrituras se inscrevem no mundo do abrasamento e das perversões (parafilias), degradantes da vida e da sua dignidade, a saber: prostituição, homossexualidade, pedofilia, pornografia, incesto, violação e bestialidade. Gn 1:27-28; Gl 5:19; I Co 7:2-5; I Co 6:15-16,18; Gl 5:19-21; I Ts 4:3; Lv 18:22; 20:10-21; Rm 1:26-27; Lv 20:4-5; Mt 18:6-7; I Tm 1:9-10; Ap 21:8; Dt 27;22; Lv 18:6; 20:17; Dt 22:25; II Sm 13:10-17; Lv 18-23; 20:15-16; Gn 3:21; Pv 6:24-26

2. ÉTICA DA VIDA
2.1. Aborto
Toda a vida foi criada por Deus. O ser humano foi criado por Ele à Sua imagem e conforme à Sua semelhança. A vida humana começa no ato da concepção visto que a partir desse momento existem de facto, e não apenas em potencial, todas as características genéticas de um ser humano individual plenamente desenvolvido. Esta posição é a que encontramos na Bíblia em todos os textos que falam da vida do feto e que se referem a ele como pessoa. Somos chamados assim a defender a vida e os inocentes. Consideramos o aborto como homicídio. Gn 1:27-28; Is 49:1; Êx 21:22-23; Jó 1:21; Sl 139:13-16; Lc 1:15;41-44; Jr 1:4-5; Gn 9:6; Êx 20:13
2.2. Eutanásia
Deus é o Criador e Senhor de toda a Vida. Ele é aquele que dá e toma a vida. Valorizamos a Vida como presente de Deus do qual somos mordomos e não donos. Na Vida há um propósito divino não somente nos momentos de saúde, prosperidade e conforto, mas também de dor e sofrimento, mesmo quando não o conseguimos identificar. Defendendo a Vida e os mais necessitados, entendemos a importância de dar a doentes terminais uma vida serena e sem dor que lhes permita passar seus últimos dias o mais confortavelmente possível e com dignidade. Em casos de doença terminal com sofrimento e sem esperança de cura, a vida não deverá ser prolongada artificialmente, porque mesmo se houver retirada de algum tratamento médico, a morte se dará por causas naturais e pela doença subjacente. Rejeitamos, no entanto, como ato criminoso de matar, a eutanásia ativa, voluntária ou involuntária de doentes competentes e incompetentes. Gn 1:27 e 28; I Sm 2:6; Ec 7:14;8:8; Jó 14:5; Rm 14:7-8; Jó 1:21;2:9-10; Fp 4:12; I Co 4:17; Rm 5:3; Ec 2; Pv 31:6; Mt 25:35-40; Gn 9:6; Êx 20:13

NOTA: Esta II parte (Temas de Ética) da Declaração de Fé foi aprovada pela 85ª Assembleia Geral Extraordinária da Convenção Baptista Portuguesa, em Novembro de 2015.